Da emigração, o que parece inevitável…
Que caminho queres seguir Portugal?
O pior que existe para um país é não criar condições para os seus jovens e vê-los partir à procura de trabalho onde possam sustentar-se e sustentar a família que vão criar, porque no seu país, devido a politicas e politicos irresponsáveis, não têm condições de sobrevivência. Se Portugal não cria condições para ficar com os seus filhos então é uma mãe desnaturada que só os pare e depois abandona-os.
Um país assim é um país empobrecido que cai na desgraça, torna-se insustentável e os seus jovens filhos vão criar riqueza para outros países e vão também criar a sua prole nesses países, acabando Portugal por ficar só com velhos. Velhos e incapazes são os que ficam.
Portugal está no caminho da falta de sustentabilidade porque não vai haver massa jovem a trabalhar para descontar e ser capaz de suportar as pensões e reformas duma classe de idosos cada vez maior.
Que exemplo pode ser mais real do que aquele que passa numa escola do interior que ainda há 5 anos tinha 331 alunos e atualmente tem 211. Foram mais de um terço, 120 crianças que desapareceram da escola em 5 anos (segundo a ata do CP, nº 188 de 2008) e embora haja alguma falta de natalidade no meio, o principal problema é a emigração. A emigração é o flagelo da escola e do país.
Ainda hoje 2 alunas, 3º e 6º ano, se despediram de mim porque vão rumar para a Suíça. Os pais foram primeiro e arranjaram as condições necessárias para terem os seus filhos à sua beira e muito bem, agora chamaram-nos para partir já esta 3ª feira. Mais uma boa aluna (6º ano) e por sinal a minha melhor aluna a ET e EV parte com as lágrimas nos olhos ao despedir-se de mim e dos colegas. A turma também esteve presente e vai sentir saudades da sua colega.
Tem sido assim nestes últimos anos, muito mais que a falta de natalidade é a emigração a principal causa da saída de alunos desta escola. São jovens casais que levam os seus filhos a juntar àqueles milhares de jovens formados que também saem do país à procura de melhores condições de vida. Pergunta-se, o que vai restar deste Portugal daqui a uma década ou talvez menos?
Prof. EB Lajeosa do Dão