E as Recomendações do CCAP?
Bem..as recomendações do CCAP (Conselho Cientifico para a Avaliação dos Professores) já estão na DGRHE. Nas expectativas que foram criadas para a elaboração dos instrumentos de registo e indicadores de medida, parece que a montanha pariu um rato. Tanto se esperou para depois dizerem o que todos sabem e baseado na literatura que todos conhecem. Com tanto rigor nos prazos este ministério dificilmente cumpre e para mostrar que faz só cria confusão. Agora as escolas têm que se desenrascar, aquelas que julgavam ter autonomia acreditando que assim era e criaram os seus departamentos curriculares de acordo com as suas necessidades, vão ter que desmantelar tudo, porque o diploma 2/2008 assim o exige, e porque a avaliação passa por quatro coordenadores dos quatro departamentos criados pelo 200/2007 para professor titular.
A pressa era tanta que mesmo por o CCAP não estar legalmente constituída, o próprio ministério divulgou um despacho (despachos e despachadinhos é com eles) delegando competências (em vez de ser o conselho) na sua presidente, já designada, responsável pela elaboração das recomendações agora conhecidas. Mais, a responsável salienta ainda que as recomendações que produziu têm «carácter genérico», pelo que poderão vir a ser aprofundadas e complementadas por outras que venham a ser produzidas quando aquele órgão estiver formalmente constituído. Em jeito de conclusão diz-se, acerca das recomendações, que a montanha pariu um rato. Para estas recomendações tipo maternais não eram precisas tantas expectativas que se foram criando julgando ser um documento importantíssimo que desse indicações para os referidos instrumentos de registo e indicadores de medida. O certo é que são mais papeis na pilha para a construção da pirâmide burocrática ao serviço do ME, onde vamos ganhar de certeza o prémio da pirâmide burocrática mais alta do mundo e entrar no guiness book.
Outra conclusão se tira é do tempo que o Ministério levou para divulgar as recomendações que deveriam ser analisadas pelo CCAP e nem isso conseguiu, a não ser através da delegação de competências, atrasando-se tanto, que arrastou consigo todos os prazos estipulados no Dec. Regulamentar 2/2008. Então imaginemos o que seria se aquele pessoal do ME que se julga tão trabalhador tivesse que preencher fichas atrás de fichas, propostas dos avaliados, planos, autoavaliações, instrumentos de registo, indicadores de medida, materiais pedagógicos, planos de aulas, planificações por aula, por unidade, por período, por ano…. E as aulas? E os testes? E as aulas de substituição? E as reuniões que, para resolver estes problemas, já duram horas e mais horas? E as reuniões entre coordenadores e professores a avaliar, nalguns casos em números bem elevados? Quantas fichas de avaliação, autoavaliações e observações, com oito grupos diferentes no mesmo departamento? E as acções de formação contínua obrigatórias? Supomos que eles tinham também que fazer isto (não é o mesmo que legislar para impor), será que davam prazos de 20 dias para que as coisas fossem aprovadas? Assim com exemplos deste rigor aonde vamos parar????????????