![]()
A intervenção de Maria de Lurdes Rodrigues no noticiário da tarde da SIC foi, como seria de esperar, mais um momento de completa e persistente «determinação» em negar o óbvio, em não conseguir admitir sequer uma linha de recuo na sua posição. Parece um daqueles generais que ficam em pleno campo de batalha a clamar por vitória, quando as tropas já debandaram e nem mesmo os inimigos se preocupam em ir tirar-lhe o estandarte das mãos[1] .
Mas uma coisa é certa e ela não deixou de referir que:
- A avaliação concretiza-se nos moldes do decreto-regulamentar;
- O modo simplificado a adoptar é já o que tinha sido proposto ao Conselho de Escolas em Janeiro;
- A avaliação vai-se concretizar, não está suspensa e não será experimentada.
Que mudou afinal? Este ano fazem uma avaliação minorca, mas para o ano tudo vai cair em cima dos professores, da escola pública e de todo o sistema de ensino. Nada mudou, ficou a avaliação, o novo sistema de gestão, o Estatuto da carreira docente, o estatuto dos alunos e tudo, mas mesmo tudo que a ministra tem pensado para fazer das escolas uma fábrica de mão-de-obra barata. Por isso, não sei se é cedência ou recuo por parte do ME ou vitória dos sindicatos, mas a questão de fundo mantém-se: Este modelo de avaliação para 2008/2009. Quem perde são os professores que vão continuar a ser pressionados neste tipo de modelo de avaliação, por pais, ME, alunos e estatísticas. A simplificação de processos para este ano (contratados) não muda o essencial da questão: " O modelo em causa". Não será assim?
Para uns é uma vitória e para outros não há recuo porque mantêm o que tinham proposto, para os professores é o que se vai ver...mas clamar vitória depois da hostilização a que foi sujeita a classe docente, por uma campanha bem orquestrada, que deixou marcas profundas na classe e uma imagem negativa na opinião pública, deixará dúvidas e creio que nunca será.