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A bisbilhotada da semana vai para o governo demissionário de Passos Coelho que a todo custo quer governar e não quer deixar o poder apesar de ter sido derrotado/demitido pela maioria dos deputados na assembleia da republica. Um governo que não tem os deputados suficientes para poder passar com as suas medidas no parlamento, não chega a ser governo, porque não tem condições para ocupar o lugar. É assim que se rege o parlamento através da lei que é a constituição.
Assim, a bisbilhotada real vai principalmente para o chefe do governo demissionário, Passos Coelho, que se entreteve a dizer que ganhou as eleições e que devia ser ele a governar, enquanto que o segundo partido mais votado de António Costa, com muita sabedoria e conhecendo bem a constituição portuguesa, conseguiu fazer alianças com outros partidos, assegurando uma maioria parlamentar, passando a perna a quem ganhou mas sem maioria, Passos Coelho.
Agora podem apelar a todos os santos, mercados e irmãos da direita que esta aliança é contra natura, que esta aliança não é segura, que vão fazer disparar o défice, que a união europeia não aceita, que os juros da divida vão subir, porque estes prognósticos são de quem não aceita que foi derrotado, através da habilidade politica de um homem, e fazem parte de quem não quer sair do poder.
Uma coisa é certa, António Costa revelou ser um politico hábil que consegue lidar e fazer passar as suas ideias com acordos que todos julgavam impossíveis. António Costa revelou ser mais inteligente que todos os comentadores de meia tigela que andam nas TVs a opinar sem qualquer fundamento a troco de centenas de euros, mais inteligente que os políticos que julgavam que o poder não lhes fugia, porque todos eles pediam a sua demissão e agora estão sujeitos a levar com ele a chefiar um governo.
Podem dizer que não é tradição neste parlamento, podem dizer que não são partidos do arco da governação, mas uma coisa é certa têm a constituição pelo lado deles.
A estabilidade conquista-se com negociações entre as várias facções, que apesar das suas divergências, assumam como sendo não impeditivas de um compromisso de estabilidade para o país e para o povo. Quem assim atua é que é o vencedor tomando o leme no rumo do caminho certo.
Os mercados não perdoam e para que as coisas possam funcionar a nível dos mesmos é preciso que haja estabilidade onde possam confiar.
António Costa conseguiu-a.
Bisbilhotada da semana