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(Desenho e pintura em aguarela feito especialmente para comemoração do 25 de Abril de 2016.)
Em homenagem ao 25 de Abril de 1974 e à restea de esperança que ainda existe, por um país que olhe para o seu povo, corra verdadeiramente com a Troika e deixe a austeridade.
O cravo bem no alto e o punho bem cerrado com as cores da esperança..
Viva o 25 de Abril!.
Que a esperança nunca morra..
42 anos depois…
Faz 42 anos que nasceu a liberdade acabando o medo..
Foi o despertar dum povo que tinha os olhos vendados, que não tinha direitos, era injustiçado, não tinha liberdade de expressão, era fisica e psicologicamente amordaçado pela censura, não podia exigir pão e trabalho sem ser amordaçado, fazia a guerra e não promovia a paz. Foram tempos de escuridão!.
Recordar as conquistas de Abril com o regresso dos políticos exilados, as grandes manifestações com os cânticos de esperança que enchiam qualquer praça, o poder de discutir e dar a sua opinião nas assembleias, o escrever sem medo, o poder de pertencer como homem livre a qualquer órgão ou instituição, o poder lutar pelos seus direitos e de quem trabalha, o poder de ter direito à saúde, educação e justiça, fazem parte do baú que hoje, passados 42 anos da Revolução de Abril, ainda continuam de pé e na esperança de os alcançar.
Passados 42 anos a esperança do povo de Abril continua apesar dos anos passados. A sociedade de lazer e de igualdade para todos que estava prometida não chegou mas a esperança permanece conforme o sonho.
Com o advento da globalização certos direitos começaram a ser postos em causa com o objetivo da produtividade e do lucro, o homem torna-se uma máquina produzindo cada vez mais, sempre com objetivos de lucro mais elevados, levando a que haja excesso de produto acabado para vender do que aquele que pode ser comprado, dando-se o colapso e abrindo uma crise financeira e social que ainda não se sabe quando terminará.
Tudo isto em prol do lucro capitalista. O ser humano trabalha mais, produz mais mas o lucro que não vai servir os interesses do trabalhador mas sim o do capitalista. Está-se a construir uma sociedade cada vez mais desigual em que poucos têm muito e muitos têm pouco.
Á medida do tempo as conquistas e os sonhos de Abril vão-se desvanecendo e são postos em causa os direitos dos trabalhadores, o direito ao trabalho, o direito a um salário digno, o direito à saúde, à educação e à justiça igual para todos e a uma vida digna e com qualidade.
A fome começa a imperar, a liberdade de se expressar a ser questionada, a degradação dos valores morais e éticos é uma constante, a falta de solidariedade, tudo fruto do egoísmo dos homens em favor dum capitalismo selvagem do qual os políticos e a sua política são os principais responsáveis.
Veio a Troika. Pairou por cá durante 3 anos e conseguiu deixar o país de rastos em virtude das medidas impostas. Até a nossa independência foi posta em causa. Não fomos nós como país que governamos e comandamos os seus destinos. Foram eles que nos disseram e exigiram o que deveriamos fazer. Pena que um pais com tanta história ficasse sob domínio de outros e seja comandado na tomada de decisões como se de um pais subjugado se tratasse.
Foi um trio que nos estendeu uma mão amiga e dizia que era para nos proteger, emprestou-nos dinheiro, mas com a outra nos tirou em juros. Foi este trio (BCE,CE;FMI) comandado por uma Alemanha com interesses no empobrecimento do país, conseguindo, que nos impôs como devemos ser governados.
Hoje há quem diga que este trio foi embora mas continua a impor as suas regras de empobrecimento do país. Diz-se que fez uma saída limpa mas o seu rasto de sujidade continua a criar miséria e a fazer mal ao povo.
Só o grande capital se salvou o resto continua a penar devido às suas imposições. Atualmente existe uma réstea de esperança com as promessas do virar da austeridade.
O Abril duma sociedade com os sonhos de igualdade, fraternidade, liberdade e justiça para todos foi-se.
Ao fim de 42 anos de revolução é justo perguntar o que falhou?Os ideais ou a política?
Claramente na minha opinião foi a política feita pelos nossos políticos.
Como tudo neste país se vai perdendo e o verdadeiro sentido de Abril também, mas recordo com orgulho o ter assistido a data tão importante (ver a minha 1º lição sobre Abril) e tenho esperança que o verdadeiro significado do 25 de Abril dos sonhos, um dia ainda venha acontecer.
Agostinho Silva