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A bisbilhotada semanal é dedicada aos professores que por serem dedicados para darem uma aula, fazem o pino e outras coisas mais e mesmo assim dificilmente são bem-sucedidos. Li algures que para um professor conseguir dar uma aula é preciso fazer o Pino. É verdade para uma minoria, porque acredito, e já ando há uns tempos nisto, que para a maioria é preciso muito mais do que fazer simplesmente o pino.Os relatos que ouço são perturbantes e a minha experiência leva-me a crer que sim, fazendo fé também nas minhas aulas.
Não sou novato nenhum, é verdade, as novas pedagogias até podem ser diferentes, mas não creio que seja por causa delas, até porque nestas matérias de pedagogia assim como em matérias de comportamento de jovens vai-se acompanhando, os novos tempos. O que é que mudou?
- Há trinta anos era muito mais fácil dar uma aula e acreditava-se naquilo que se ensinava e ensina-se bem, com as estratégias e metodologias da altura, do que atualmente com as novas pedagogias “facilitadores de aprendizagens” que parecem mais uma autoestrada para passagem de ano, mas mesmo assim, muito mal aproveitadas pelos atuais alunos.
Quando se chega ao fim de uma aula e nos questionamos: a aula valeu a pena! será que alguém me ouviu? Que se há de fazer com aqueles alunos? O que se faz para os manter atentos? Informam-se os pais sobre o seu comportamento, e para quê?
Mudou o paradigma das motivações e há trinta anos quem ia para a escola era para aprender, saber ser e saber estar já vinha aprendido de casa, valores e atitudes que hoje se colocam em dúvida, tal é a proliferação de comportamentos menos corretos a roçar a falta de educação que se misturam numa turma.
Motivação para os atuais alunos é difícil a não ser deixar fazer o que eles querem e o que eles querem nada têm a ver com as aulas.
As pedagogias modernas sempre se bateram por turmas heterogéneas como sendo facilitadoras de aprendizagens, respeitando os ritmos de cada um, criando igual oportunidades para todos, mas para quem tem turmas com vinte e tal alunos e na turma estão alunos de necessidades educativas especiais, alunos com currículos adaptados, alunos que transitaram com dificuldade e precisam de apoio, alunos com currículos alternativos, alunos oriundos do estrangeiro que mal percebem o português, alunos repetentes, alunos super agitados e embora diagnosticados não tomam a medicação porque os pais não querem, e ainda aqueles que dizem: ó sr. professor já acabei e já verifiquei o trabalho há muito tempo, podemos avançar? o que se espera de uma turma assim! É heterogénea sim senhor mas também é uma mistura explosiva capaz de fazer saltar a tampa a qualquer professor.
Bisbilhotada semanal