Inicio de setembro, acordar e não ter que ir para a escola / trabalho é uma sensação estranha e ao mesmo tempo de alívio. Estranha porque ao longo dos 43 anos de serviço foi sempre em setembro a apresentação ao trabalho depois das férias. Eram os dias de conhecer novos colegas, por colocação ou mudança de escola, marcar e calendarizar serviços (reuniões de toda a tralha burocrática) para a receção dos alunos e aprontar o normal funcionamento do ano letivo. Ouvir as expetativas dos colegas, tristezas e alegrias à mistura, tudo fazia parte deste inicio de setembro com o arranque do ano letivo.
Não ter que fazer parte deste arranque é uma sensação de alívio. Alivio para não ouvir as orientações do ministério (todos anos mudanças), alivio para não ouvir as chefias, alivio para não ouvir as autarquias, alivio para não ouvir os encarregados de educação, alívio para não ouvir todos aqueles que falam e nada dizem sobre a escola, alivio por saber que agora faço o que entendo e não ouço os fazedores de opinião da treta.
Sempre segui as orientações do ministério da educação embora nem sempre concordasse com elas. Mas era o que tinha que ser. O profissionalismo assim o exigia e fazendo parte da legislação cumpra-se.
Houve muitas mudanças ao longo destes 43 anos, reformas dizem alguns, mas só trouxeram incertezas e muita insatisfação. A última década foi altamente insatisfatória.
Com isto quero dizer que foram 43 anos que fiz o que gostei, sempre tive boa relação com alunos, encarregados de educação, assistentes operacionais e colegas de profissão. Gostei muito de ensinar, pautei sempre pela inovação e o afeto, e tive aprendentes maravilhosos.
Para quem fica que dê o seu melhor, os alunos merecem-no.
A todos se deseja um Bom ano letivo 2023/2024
Obs. Para colegas de EV e ET ou EVT vou deixar organizada a informação recolhida e construida ao longo destes anos.
Agostinho Silva