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O desalento continua... em crescendo.
Mais uma reunião geral para preparação das fichas de objectivos individuais. São tantos os itens que deram origem às fichas que é preciso horas e horas a fazer contas de médias de percentagens e ponderações para resultados que se só se verificarão no final do ano. Mas tudo se baseia em previsões que não podem ser falíveis, porque os resultados, esses têm que ser reais sem direito a falha. E se erra na sua previsão será penalizado com objectivo não cumprido. Estas fichas de objectivos individuais que têm por referência o Projecto Educativo, o Plano Anual de Actividades, o Projecto Curricular de Escola/Agrupamento, o Projecto Curricular de Turma e a Avaliação Diagnostica, na previsão dos resultados dos alunos, vão consumindo tempo em reuniões para que batam todas no mesmo sentido. Se uma turma tem uma meta no Projecto Educativo elevada, essa terá que ser mantida mesmo que os alunos não se empenhem e deixem de fazer os seus trabalhos. Outro referencial é a avaliação diagnóstica que se faz a uma turma para que o professor tenha indicadores para uma base de partida, mas quem anda no ensino sabe que existem muitos alunos fraquinhos que vão transitando mesmo com dificuldades, passando estes, por umas estratégias mais "facilitadoras" e por aulas de apoio para que possam transitar. Estes alunos apesar de transitarem ao sujeitarem-se a uma avaliação diagnóstica revelam todas as suas dificuldades e dão como indicador negativo, mas nas metas do PEA estão com indicador positivo, porque passaram de ano. A questão que se põe é: Se foi o mesmo professor e eles tiveram um indicador positivo no ano passado, agora têm um indicador negativo, que metas é que se devem referenciar nos objectivos individuais? Se vai pelo PEA, vai ter que os passar todos, mas se vai pela avaliação diagnóstica, então vai supor metas menos elevadas que as que já estão definidas no PEA. Aqui está também uma questão de ética profissional e ninguém se sente bem ao fazer previsões de metas menos elevadas para uma turma que foi sua, o que revela que algo não foi bem conseguido.
Estas fichas têm que estar concluídas até 15 de Novembro e são ainda a ponta do iceberg daquilo que ainda está para vir.
Por tudo isto, existe um descontentamento geral nos professores neste processo burocrático que vai consumindo energias, sem ter nada a ver com a qualidade de ensino e com as aprendizagens dos alunos, afastando-os da sua função principal que é ensinar.
Apesar da escola ter tudo preparado para que a avaliação prossiga, entendeu-se nesta reunião geral que se irá propor uma moção de indignação, dirigida à Ministra da Educação, por este modelo desajustado e burocrático.