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Este Sábado foi marcado pelos rankings das escolas do Jornal Público e como qualquer cidadão interessado nas questões da educação, também fica o registo duma opinião minha, que embora não seja isenta, é uma opinião que pode ou não ser considerada, tudo depende do ponto de vista de quem a lê.
Não vou questionar a fidelidade dos rankings, embora continue a achar que não é justa.
Não é justa por muitas razões e cito Daniel Sampaio, especialista nas questões da educação, num dos seus artigos de opinião sobre o assunto diz: “A dicotomia público/privado não faz nenhum sentido: as escolas públicas são obrigadas a aceitar todos os alunos da sua zona geográfica, as privadas são livres para seleccionarem. Por exemplo, as privadas recrutam pelo anterior percurso académico do aluno, pelo perfil do seu comportamento, por vezes até pelo credo religioso.” Ora como diz Daniel Sampaio e a própria comunicação social também o sabe, todos o reconhecem, nomeadamente o jornal público, só que não o dizem por ser uma farsa que interessa ao privado. Abrem-se as Tvs, no horário em que há maior audiência e o que se vê ou lê em letras garrafais é: Privado melhor classificado que o Público, não dizem é os porquês. É que o ensino público aceita qualquer tipo de aluno, seja ele oriundo dos meios sociais desfavorecidos ou dos meios sociais mais favorecidos, seja ele com tipo de comportamento menos adequado ou com pouca motivação para a escola. A escola pública não faz seriação de alunos e todos sabemos que para os rankings contam todos, até os alunos com muitíssimas dificuldades que estão em apoios.
É uma forma injusta de comparar o que não é comparável.
De qualquer forma, tenho de falar na escola onde estou inserido e que também fez as tais provas para a classificação dos rankings. É uma escola bem do interior, onde a maioria dos alunos se levantam por volta das 7 da manhã e só chegam a casa por volta das 7 da noite, não têm uma biblioteca municipal, não têm cinema nem qualquer evento cultural típico de uma cidade, não faz segregação de qualquer tipo e muitos dos alunos ainda não conhecem o mar nem nunca foram a um cinema. É uma escola que muitos dizem que tem as horas contadas e os encarregados de educação quando podem deslocam os seus filhos para a cidade. Lá aprendem melhor porque são escolas com melhores recursos, é o que dizem. Também concordo que as escolas nas cidades tenham melhores recursos, mas com as aprendizagens já duvido e se nos fiarmos nos rankings, vemos que a escola inserida num meio desfavorecido até ficou bem à frente da maioria das cidades do seu Distrito e do Concelho.
Das 63 escolas do distrito de Viseu, a da Lajeosa do Dão, ficou em 18º lugar com uma pontuação acima da média de 3.16 ( Ver caixa ). Mas falando a nível nacional, verificamos que a Escola da Lajeosa do Dão ficou num honroso 314ª Lugar entre as 1299 escolas básicas do país ( Ver caixa ). Por disciplinas, a escola da lajeosa do Dão ficou na disciplina de Matemática num honroso 221º Lugar ( ver caixa) com uma média brilhante de 3,42, não apresentado os alunos da escola qualquer negativa no exame. Já a Língua Portuguesa a prestação não foi tão brilhante e ficou-se pelo 724º lugar ( ver caixa) com a média de 2,89. Em conclusão é uma brilhante prestação duma escola do interior e muito longe de tudo.
Podem agora dizer, ah já servem os rankings, eu respondo, pois servem e depende de quem os interpreta e da forma como se interpretam.