Bom acordo.. ou de acordo.
Acordo houve sim senhor, mas foi entre o Ministério da Educação e os sindicatos. Foram estes os actores e souberam como se diz na gíria, "puxar a brasa à sua sardinha".
Os sindicatos nada perderam, porque até deram uma imagem à população deste país, que defendem a sua classe mas não são intransigentes nem inflexiveis.
O Ministério da Educação, ficou favorecido porque este acordo é de longe mais favorável às pretensões do governo ao acabar com uma barreira e impôr duas barreiras. Foi o que se considera o meio termo para o acordo, até agora havia uma barreira (a dos titulares), o Ministério da Educação queria impor três barreiras (3º, 5º e 7º) e os sindicatos conseguiram que se ficassem pelas duas barreiras (5º e 7º).
Os professores é que foram os verdadeiros perdedores, de uma barreira passam a ter duas e ficam com a corda na garganta, prontinha a correr o nó, se dizem perante a opinião pública, que este não foi um bom acordo. Passam a ser os inflexiveis e daí a extrapolação até à avaliação é num instante, passando a imagem de que o que eles querem é não ser avaliados e só pensam na progressão e nos escalões.
O que resta aos professores não é um bom acordo mas estarem de acordo com o acordo.
Observação: Isabel Alçada e a sua equipa conseguiu num mês o que a ex-equipa do ME com MLR em quatro anos e meio não conseguiu: compreensão, habilidade, astúcia, sagacidade, audácia, inteligência, persistência e capacidade de ouvir mesmo não estando de acordo. É a grande estrela deste recém-governo , será com certeza uma bandeira e uma mais-valia para José Sócrates dando-lhe credibilidade e capacidade de diálogo, que até agora, só existia no palavreado. Se o governo tivesse tido a visão, de acordar, negociar e aproximar, talvez hoje, continuasse com uma maioria absoluta. Evitava esta perca de tempo e todos ganhavam, professores, pais, alunos e o próprio governo socialista. Parabéns à Ministra!..