Esmiuçando as contas da greve da administração pública, verifica-se que tanto os Sindicatos como o Governo não se entendem com os números, dizem os Sindicatos que a adesão foi de 80% de grevistas, contradizendo o governo que a adesão só teve 13% dos funcionários a fazer greve. Ora, quem ouve e vê os números do lado de fora, não entende a discordância quando até parecem ser as contas muito faceis de fazer. Quem mente, os Sindicatos ou o Governo?
Pois é…ambos têm razão! Depende do ponto de vista de quem faz as contas e para que são. Esmiuçando para quem não chegou ao cerne da questão fica um exemplo prático dum Agrupamento de Escolas. O Agrupamento é constituido por 6 escolas e tem 80 pessoas nele a trabalhar. Segundo os dados fornecidos aos sindicatos e ao governo, este agrupamento de escolas ao fim do dia, contava que das 6 escolas 4 não tinham actividades lectivas, por impossibilidade devido à falta de recursos humanos. Fazendo as contas temos aqui uma adesão à greve da ordem dos 70%. Por outro lado, a nível de funcionários dos 80 faltaram 30, o que dá uma adesão de 37,5%. Neste caso pela análise dos resultados, os sindicatos fariam as contas da adesão ao número de estabelecimentos fechados, enquanto que o governo, que é quem paga os salários, faria as suas contas ao número de funcionários em falta, e sendo assim tanto jeito dariam aos cofres do estado que a adesão da administração pública fosse mesmo da ordem dos 80%. Qual é a contagem mais correcta? Ambos os lados devem querer que se mantenham os dados assim, porque o papel de uns agora será o papel dos outros mais tarde.E no palco da politica as coisas não podem bater certas para que haja suspense e dúvidas.
Só porque os critérios seguidos não são os mesmos temos sempre esta barafunda dos números e as tristes figuras que se fazem na praça pública.