Desde a primeira hora em que surgiu a possibilidade de André Villas Boas vir a ser presidente do FC Porto, que apoiei incondicionalmente a sua candidatura.

A vitória nas eleições foi esclarecedora e o tempo veio a provar que seria inevitável a sucessão do melhor presidente da história do futebol.

Do ponto de vista da gestão financeira, da transparência e organização, aparentemente, o clube ganhou com a mudança directiva.

Do ponto de vista desportivo, a primeira grande decisão de André Villas Boas era a escolha do treinador, após a saída de um técnico que marcou uma era no clube, esta decisão era importantíssima para o sucesso desportivo do clube. Foram falados vários nomes, Luis Castro, Leonardo Jardim, Vitor Pereira, Carvalhal, etc…

André Villas boas decidiu arriscar e tentar surpreender tudo e todos e optou por apostar no adjunto da época anterior, Vitor Bruno. 

A aposta de risco, não correu bem, após um início de época prometedor, vitória na super-taça e única vitória com um adversário direto, a equipa não correspondeu e Vitor Bruno deixou de ter condições para continuar a liderar a equipa. O chicote estalou e o primeiro treinador escolhido pela nova direção não aguentou uma época.

Volvidos poucos meses após a primeira grande decisão do novo presidente, eis que novamente tem que escolher um treinador, vários nomes voltaram a estar em cima da mesa. Após o insucesso da decisão arriscada seria expectável tentar um nome consensual e com conhecimento profundo do futebol português, André Villas Boas decidiu ir buscar um técnico argentino que treinava um clube mexicano. Desconhecido para a maioria das gentes do futebol.

Nova decisão arriscada e mais um desastre em termos desportivos, se a equipa não jogava bem, passou a jogar pior.

Ou seja a primeira época do novo presidente foi vergonhosa, fomos inclusivamente goleados pelo nosso maior rival. Findada a época surgia o Mundial de Clubes como possibilidade de tentar minimizar o sentimento de frustração que se apoderou de todos que amam o FC Porto, alguma felicidade no sorteio permitia ter alguma esperança num desempenho minimamente de acordo com os pergaminhos do clube. Mais uma vez o desempenho foi vergonhoso, nem uma vitória conquistamos apesar do nível baixo dos nossos adversários e fomos eliminados na fase de grupos.

A próxima época não pode ser igual, temos que voltar a ganhar títulos, é a obrigação do clube e foi promessa do actual presidente. Anselmi já faz parte do problema e dificilmente poderá ser solução, foi a segunda aposta falhada do presidente, esta com a agravante de ter um impacto financeiro significativo.

André Villas Boas tem duas opções, ou mantém a aposta em Anselmi, ficando ele próprio refém dos resultados do técnico, ou opta por uma mudança de treinador. Neste momento não é necessário pensar muito para identificar um treinador que fosse capaz de colocar a “equipa a jogar o triplo”.

É difícil ser presidente de um clube como o FC Porto, muito difícil, não é para qualquer um e chegou o momento de André Villas Boas mostrar que a sua eleição não foi um erro de casting por parte dos sócios do clube. A escolha de  Anselmi foi um tremendo erro que não se entende em pessoas conhecedoras dos meandros do futebol e nomeadamente do ADN Porto. Nunca se viu uma equipa do Porto a jogar tão pouco futebol, sem qualquer fio condutor, sem saber as suas posições, parecendo umas baratas tontas a correr uns para cada lado. O Porto nada ganhou com o treinador Anselmi. Em meio ano nada melhorou como equipa e até alguns jogadores deixaram de saber jogar. Nem sócios, nem simpatizantes ou quem goste o mínimo de futebol pode dizer que a equipa do Porto joga futebol. Qualquer treinador pode fazer melhor que este. Um treinador português seria o ideal por já conhecer o Porto e o futebol português. Se AVB pensa em segurar este treinador, poderá ser o seu maior erro e que pode colocar o próprio lugar de  presidente em risco.

Vamos a novo treinador..