Desde a passada 6ª feira que são muitos os professores de Quadro de Zona Pedagógica que estão profundamente indignados e revoltados com a sua colocação. Tem sido muitas as queixas de professores QZPs sobre as últimas colocações.

Ainda hoje ouvi um desabafo de um professor que é um dos primeiros do seu QZP, muito triste, por ter sido colocado longe de casa e já há muito tempo que não lhe acontecia. Para ele, este ano houve um retrocesso nos concursos devido a má-fé na ocultação das regras estabelecidas pelo ministério da educação. Diz ele, que os professores menos graduados e que estão atrás dele vão ficar com as vagas perto de casa. Os mais favorecidos serão os contratados com mais horários a concurso.

Pergunta-se: o que está a acontecer?

Ano após ano, os concursos de professores dão problemas e é de lembrar que este ano já houve alguns e até foi criado o grupo de professores excluídos indevidamente e, segundo parece, já foi dada razão a mais de uma centena. Agora é o das ultrapassagens, segundo os professores dos QZPs.

Dizem os Professores dos QZPs que este ano não foram integrados os horários incompletos com seis ou mais horas letivas das Escolas ou Agrupamentos de Escolas no seu concurso. Este era um procedimento habitual, embora a lei seja omissa, para a mobilidade do pessoal docente. Este ano só foram colocados professores em horários completos, o que levou a toda esta contestação.

Como se disse, os professores contratados serão os mais favorecidos porque terão mais horários, visto estes não serem ocupados por professores dos QA/QZP.

Será bisbilhotice ou não mas a razão desta mudança de regras tem a ver com a racionalização de custos no ministério da educação. Vejamos, o horário de oito horas que tinha de ser dado a um professor do QA ou QZP que tem de vencimento, o seu horário completo, será dado a um contratado e este terá a sua remuneração na base somente das oito horas. Isto multiplicado por milhares e milhares de horários, será de certeza uma poupança significativa para o ministério da educação.

Muitos dos professores ficarão desiludidos mas continuarão a aguentar o barco porque não há outro rumo, que se possa seguir, mas acredite-se, que serão também muitos os que deitarão a toalha ao chão e desistem. Mais uma vez ganha o ministério da poupança.

O certo é que estando na lei ou não, este é mais um problema que o ministério de Tiago Rodrigues terá de enfrentar, visto que já se mobilizam manifestações de rua e petições públicas em andamento.

Bisbilhotices